em dose dupla

Estava difícil conter a vontade crescente de tricotar casaquinhos para minha enteada querida que está esperando gêmeos!

tricô em prosa - em dose dupla - Casaquinho Bem Comportado

Eu não queria esperar até saber o sexo dos bebês. Mas então, como eu tricotaria os casaquinhos sem saber se seriam dois garotos, duas meninas ou se viria um casal? Sofri vários dias até encontrar uma solução: tricotaria os casaquinhos usando cores neutras e daria o toque final com as cores dos botões. Os botões só seriam pregados depois.

Desse modo, poderia saciar a vontade de tricotar algo para os bebês! Era só escolher uma receita e ser feliz! Mas semanas se passaram e não conseguia encontrar uma receita que fosse satisfazer minha vontade de tricotar casaquinhos fofos…

tricô em prosa - em dose dupla - Casaquinho Bem Comportado

Navegando sem rumo pela internet eu me deparei com um casaquinho de bebê ultra charmoso. O problema é que ele não era de tricô. Volta e meia eu retornava àquela página para ver o casaquinho. Olhando mais atentamente, vi que poderia tricotar um casaquinho daquele modelo clássico.

Pesquisei o padrão das medidas de bebês, tricotei amostras e comecei a fazer contas. Muitas contas. Anotava tudo numa folha do meu caderno de tricô.

Como é difícil escrever uma receita! Fiquei surpresa com a quantidade de decisões só para tricotar um casaquinho de bebê. São muitos cálculos até conseguir rascunhar uma receita para enfim poder tricotar alguma coisa.

tricô em prosa - em dose dupla - Casaquinho Bem Comportado

E quando comecei a tricotar, tive de refinar cálculos, ajustar alguns números e desmanchar várias vezes. As anotações do caderno foram riscadas e atualizadas para refletir as novas contas. E foram riscadas de novo e uma vez mais, até que tive de arrancar a folha do caderno e passar à limpo.

Ao tricotar o segundo casaquinho, seguindo o rascunho da receita, tive de corrigir um único número que ainda refletia uma versão anterior do casaco. O segundo casaquinho foi super rápido de tricotar! Foi só seguir a receita e lá estava ele, igualzinho ao primeiro, com exceção da cor!

tricô em prosa - em dose dupla - Casaquinho Bem Comportado

Então minha enteada fez um novo ultrassom e nos brindou com a notícia de que espera um casal!

O engraçado é que eu já não queria combinar as cores dos botões com o sexo dos bebês. Que nada! Escolhi botões com cores idênticas às cores dos casacos. Simples e clássico.

tricô em prosa - em dose dupla - Casaquinho Bem Comportado

Escrever essa receita foi um processo lento, frustrante por vezes, mas no geral senti aquela adrenalina boa que a superação de desafios proporciona! Sem falar que foi altamente recompensador ter nas mãos o casaquinho e ver que ficou do jeito que tinha imaginado.

Os dois casaquinhos estão prontos para aquecer os corações do João Miguel e da Maria Luz! Que venham com muita saúde!

Receita: Casaquinho Bebê Comportado de Valéria Garcia
Fio: Cisne Cetim nas cores 881 (cinza escuro) e 879 (cinza claro)
Composição: 70% acrílico, 30% lã
Agulha: circular número 4mm de 1 metro de comprimento

Veja esses casaquinhos no Ravelry

sapatinhos da Saartje

A maioria das peças que tricoto é presenteada e muitas são feitas especialmente para aquela pessoa que ganhará o presente. Mas não consegui esperar pelo bebê que ganharia o casaquinho Owlet, tricotado de pura vontade de ver as corujinhas saindo das agulhas.

Na semana passada, essas corujinhas foram morar na casa dos pais da Fabiana, que nascerá em janeiro. Para acompanhar, tricotei os sapatinhos da Saartje, os primeiros sapatinhos de bebê que tricoto.

Sapatinhos da Saartje

Como não tinha experiência nenhuma, segui à risca o que pedia a receita, tricotei aberto para costurar no final. Não consegui me entender com a tal costura: na sola ficou legal, mas no calcanhar ficava muito mal acabado e dava a impressão de desconforto. Refiz várias vezes, sem sucesso.

Sapatinhos da Saartjes

Então me veio uma solução, percebi que poderia tricotar circularmente, de baixo para cima, usando a montagem mágica da Judy. Segui todas as instruções da receita, exceto pelas seguintes adaptações:

  • Montei 32 pontos no lugar de 31
  • A primeira volta foi trabalhada em tricô, a segunda em meia, e assim sucessivamente
  • Trabalhei a frente do sapatinho deixando dois pontos centrais, e não apenas um ponto
  • Não montei as tiras separadamente, como é orientado no PDF da receita. Preferi trabalhar até o final da carreira e montar 12 pontos usando a montagem cable cast-on. O ganho é que temos menos fios para embutir na fase de acabamento, afinal são duas tiras por sapatinho.

Sapatinhos da Saartjes

Na primeira tentativa, suprimi as voltas 21 à 23 (sem querer) e o sapatinho ficou pequenino. Não desmanchei. Tricotei mais um par, dessa vez com todas as carreiras, que ficou um pouco maior que o primeiro. Presenteei os dois.

Observação: no modelo original, esses sapatinhos são tricotados em duas cores, como podemos ver nessa seleção de fotografias do Flickr!

Sapatinhos da Saartjes

Fiz o cartão usando o papel de uma sacola de sapatos. Furei o cartão antes de costurar dois botões idênticos aos do casaco, para ajudar a mamãe da Fabiana caso algum botão venha a se perder. Me inspirei nesses cartões aqui.

Atualização de 29/julho/2013: A talentosa Sandra do blog Tricô e Mais Tricô publicou a tradução da receita Sapatinhos da Saartje com autorização da designer.
Obrigada, Sandra!

Receita: Saartje’s Booties por Saartje de Bruijn
Fio: Pingouin Noblesse na cor 1818 Platinado
Agulha: circular número 3,0mm de 1 metro de comprimento

Veja este projeto no Ravelry

Most of the projects I knit are gifts and lots of them are made specially for the person that will receive it. But I couldn’t wait for the baby that would receive the Owlet cardigan, which was knit out of pure will of seeing those little owls caming out the needles.Last week, those owls went to live at baby Fabiana’s parents, she’ll be born next January. And I’ve knit Saartje’s booties to go with the cardigan, first baby booties I’ve ever knit.

As I had no experience at all, I followed the pattern strictly, I’ve knit it flat to sew it afterwards. But I couldn’t work those seams: it looked nice at the sole, but it didn’t looked neither nice nor comfortable at the heel. I’ve redone it several times, with no success.

Then the solution suddenly hit me. I realized I could knit it circularly, bottom-up, using Judy’s magic cast on. I followed all the instructions, except for:

  • I cast-on 32 stitches instead of 31
  • The first round was purled, the second one was knitted, and so on
  • The front of the bootee was worked with two central stitches instead of one
  • I didn’t cast on for the straps separately, as shown on pattern instructions. I’ve chosen to work until the end of the row and cast 12 stitches on using the cable cast-on. It meant fewer ends to weave, after all we get two straps per bootee

On my first attempt, I forgot to knit rounds 21-23 and the booties came out tiny. I didn’t frog. I knitted another pair, this time with all the rows, and it came out a little bigger than the first one.

Note: the original bootee is knit using two colors, as we can see at this photo selection on Flickr!

I made the card with the paper from a paper bag. I made tiny holes before sewing two buttons, the same type that was sewn on the cardigan, to help Fabiana’s mother in case it misses one of the buttons. I found inspiration on those cards.

Pattern: Saartje’s Booties by Saartje de Bruijn
Yarn: Pingouin Noblesse – colorway 1818 Platinado
Needles: circular US#4 60 inches long

See this project on Ravelry

uma boina cor de carqueja

Recentemente, eu tricotei uma amostra com um fio merino da Fiolã com agulhas 7,0mm. Nessa amostra tenho que 11,5 pontos medem 10cm. Foi a partir dela que decidi tricotar uma boina Urchin para mim.

Mas a receita da boina indica uma amostra diferente. Sugere que devemos usar um número de agulha com a qual 10 pontos meçam 10cm de tecido. Eu decidi tricotar a boina mesmo com essa diferença entre as amostras porque: a) é uma peça pequena; b) é tricotada em cordões de tricô lateralmente, ou seja, é elástica.

Junção feltrada
Usei pouco mais de um novelo do fio e quando juntei o novo novelo à peça optei pela junção feltrada, uma vez que se trata de fio 100% lã natural. Para quem não conhece, aqui um passo-a-passo:

Juncao Feltrada
Fotografia 1: Estas são as duas pontas que serão feltradas: uma ponta vem da peça que estou tricotando e a outra vem do novo novelo.

Juncao Feltrada
Fotografia 2: Umideça as mãos.

Juncao Feltrada
Fotografia 3: Com as palmas úmidas, disponha uma ponta sobre a outra (como na primeira fotografia) e esfregue vigorosamente.

Juncao Feltrada
Fotografia 4: Umidade + agitação = feltro! Veja como fica perfeito e é irreversível. Para desunir essas pontas, só tesoura.

E aqui o meu novo gorro Urchin, que foi tricotado no tamanho grande:

Urchin Carqueja

Receita: Urchin de Ysolda Teague*
Fio: Merino da Fiolã tingido naturalmente com carqueja
Agulhas: circulares Addi 7mm de 80cm de comprimento

*Ysolda gentilmente permitiu que eu publicasse a tradução da receita da boina Urchin para o português

Veja este projeto no Ravelry

outro bebê sofisticado

Posso dizer que cumpri uma meta pessoal de comprar um novo novelo para cada três novelos utilizados de meu estoque particular. E outro dia estava procurando o fio certo para montar os pontos de um novo projeto e notei que era hora de comprar novelos! Resolvi experimentar o Cisne Coats Merino, uma mescla de microfibra com lã de merino. Comprei pela internet, sem nunca ter tocado no fio antes e acertei!

Casaco Baby Sophisticate

Usando esse fio delicioso tricotei o Baby Sophisticate, uma receita adorável da Linden Heflin, que gentilmente me autorizou a publicar a tradução da receita para o português no Tricô em Prosa.

Casaco Baby Sophisticate

É a segunda vez que tricoto com essa receita, agora em tamanho menor, para recém-nascido. Esse casaco foi tricotado com muito carinho para o Benício! A única modificação que fiz foi acrescentar cinco pontos ao tricotar as mangas.

A receita pede agulhas número 5mm / US#8 mas como o Cisne Merino é um fio mais fino, usei agulhas número 4mm e no lugar de seguir as instruções para o tamanho 0-3 meses, tricotei o tamanho 6-12 meses, senão o casaco ficaria minúsculo.

Boas festas!

Receita: Baby Sophisticate por Linden Heflin
Fio: Cisne Coats Merino – Cor Marinho
Agulha: circular número US #6 / 4mm de 1m de comprimento
Veja este projeto no Ravelry

I can say I’ve accomplished a personal goal of buying a new skein only after using three skeins from my own stash. And the other day I was looking for the perfect yarn to cast on a new project when I noticed it was time to buy yarn! I’ve decided on experimenting Cisne Coats Merino, a mix of microfiber and merino wool. I bought it from internet, without touching it first and I got it right!

With this yummy yarn I’ve knit the Baby Sophisticate, an adorable pattern created by Linden Heflin, who was kind enough to authorize me to publish the translation of Baby Sophisticate pattern to portuguese at Tricô em Prosa.

It’s the second time I knit this pattern, now smaller, for a newborn. This coat was knit with love for Benício! The only modification I did was increasing five stitches when knitting the sleeves.

The pattern calls for #8 needles but Cisne Merino is knit with #6 needles so instead of following the instructions for size 0-3 months, I’ve knitted size 6-12 months, otherwise the sweater would turn out tiny.

Happy Holidays!

lobo em pele de casaco de bebê

Eu quase cheguei às lágrimas por esse casaco de bebê. Quase. Parece mamão com açúcar quando lemos a receita. E eu li a receita várias vezes. Tricotei a amostra, uma vez que a autora da receita, Elizabeth Zimmermmann, apenas diz que os “bebês vêm em vários tamanhos”.

Os problemas foram surgindo assim que montei os pontos. A frequência da carreira de aumentos que forma a pala do casaco foi o primeiro entrave que encontrei. Da maneira que compreendi, os aumentos seriam trabalhados no lado avesso e depois no lado direito e por fim no lado avesso novamente. Para mim isso não fazia sentido. Então eu trabalhei a carreira de aumentos na frequência que fazia sentido para mim.

February Baby Sweater

Assim que concluí a pala me dei conta de que eu deveria ter acrescentado as casas dos botões desde as primeiras carreiras. Tudo bem, desmanchei tudo e montei os pontos do casaco novamente. Afinal, havia tricotado apenas a pequena pala do casaco. Para não perder a frequência dos aumentos da pala e a frequência das casas dos botões, decidi escrever cada carreira da receita. Ajudou muito!

Tive muitas dúvidas a respeito do tamanho do casaco. Eu queria tricotá-lo para um bebê de 3 a 6 meses. Eu precisava saber quantos centímetros a pala deveria ter e também qual seria o comprimento da manga. Pesquisei na internet algumas tabelas com tamanho padrão de bebês e baixei esse arquivo PDF mas não conseguia adaptar a receita. Foi quando me lembrei de uma dica que li no grupo de discussão Crazy Knitting Ladies, onde a Beatriz Medina sugeriu comprar uma camiseta de bebê do tamanho desejado e se basear nas medidas dela para tecer o casaco. Pois foi isso que fiz. Comprei uma camiseta de manga longa, tamanho 0-3 meses. Funcionou direitinho.

February Baby Sweater

E as lágrimas? Estava quase terminando de tricotar o corpo quando percebi que fiz a quarta casa de botão na carreira errada. Percebi esse erro muitas carreiras mais tarde. Foi frustrante, desmanchei carreiras e mais carreiras, e finalmente refiz a casa de botão na carreira certa.

February Baby Sweater

Agora, olhando para o casaco, acho que valeu o esforço.

Receita: February Baby Sweater por Elizabeth Zimmermann
Fio: Pingouin Noblesse
Agulha: circular número 4,00mm

Este projeto no Ravelry

I almost came to tears because of this baby sweater. Almost. It seems as easy as a piece of cake when we read the pattern. And I read the pattern several times. I knitted the gauge, once the author of the pattern, Elizabeth Zimmermmann, only says that “babies comes in various sizes”.

Trouble were presented as soon as I casted on the stitches. The frequency of the increasing rows that makes the yoke of the sweater was the first problem I faced. The way I understood while reading the instructions, the increases would be worked on the wrong side, then on the right side and the last one on the wrong side again. It made no sense for me. So I worked the increasing row at a frequency that made sense for me.

As soon as I concluded the yoke I found out that I should had made the buttonholes since the start of the yoke. All right, I frogged it all and casted the stitches on again. After all, I had only knitted the little yoke of the sweater. In order to take track of the frequency of the increases of the yoke and the frequency of the buttonholes, I decided to write down every row of the pattern. It helped a lot!

I had lots of doubts regarding the size of the sweater. I wanted to knit it for a 3-6 months baby. I needed to know how many centimeters the yoke should have and also what would be the size of the sleeves. I researched the internet and found out some tables with standard babies measurements and I’ve downloaded this PDF file but I couldn’t adapt the pattern. Then I remembered a tip I read on Crazy Knitting Ladies discussion group, in which Beatriz Medina suggested buying a T-shirt of the size of the baby and knit the sweater based on its measurements. So that’s what I did. I bought a long sleeved T-shirt of size 0-3 months. It worked just fine!

And the tears? I was almost finishing the body when I found out I misplaced the forth buttonhole. I found out this mistake many rows later. It was frustranting, I frogged rows and rows and finally placed the buttonhole correctly.

Now, looking at the sweater, I feel it was worth it!

Pattern: February Baby Sweater by Elizabeth Zimmermann
Yarn: Pingouin Noblesse
Needle: circular US #6 / 4,00mm

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