peixe vivo!

Faz anos que traduzi a receita do Gorro Peixe [Morto ou Vivo?] e enviei para a designer que publicou a tradução nesse site. Não tinha tricotado ainda, até que no fim de fevereiro bateu uma vontade incontrolável de tricotar um gorro bem divertido para a fofuríssima Maria Luz.

tricô em prosa - Gorro Peixe [Morto ou Vivo?]

Primeiro fiz uma triagem nos restos de fio que tenho. Eu tento guardar os restos com base na similaridade dos fios. Daí que tenho uma sacola com restos de fios de meias, outra com restos de fios de algodão e assim por diante. Escolhi tecer com restos do fio Noblesse da Pingouin, que infelizmente foi descontinuado. Juntei os restos, vi quanto eu tinha de cada cor e como eu trabalharia as listras.

É muito legal dar forma à boca usando carreiras encurtadas (uso esse método).

tricô em prosa - Gorro Peixe [Morto ou Vivo?]

Fiz uma confusão ao medir as listras para trabalhar as diminuições que dão forma ao gorro. No final ele ficou muito longo. Desmanchei até a metade e prestei mais atenção ao tecer pela segunda vez.

Trabalhei as barbatanas sem maiores problemas, mas tive de olhar as fotografias da receita original para entender como costurar a cauda do peixe. Depois que a costura estava feita, achei que a cauda ficou muito fofa!

Acho que fiquei uns dois dias embutindo pontas. Mais ou menos umas seis horas.

A única modificação que fiz foi não usar olhos de feltro. Para fazer os olhos, eu usei outra receita de peixe. E ainda assim, fiz uma pequena modificação porque eu não bordei os olhos com linha preta. Em vez disso eu tricotei com fio branco e mudei para um fio preto faltando duas voltas para terminar.

tricô em prosa - Gorro Peixe [Morto ou Vivo?]

Gostei muito desses olhos, deram um toque bem engraçado, do jeito que queria.

Enfim, é uma receita muito divertida e com certeza vou tricotar de novo!

ReceitaGorro Peixe [Morto ou Vivo?] de Thelma Egberts com
olhos da receita Flappy Flounder de cheezombie
Fio: Pingouin Noblesse em diversas cores
Composição: 30% lã, 70% acrílico
Agulhas: circular número 3,5mm de 100 cm de comprimento

Veja esse gorro no Ravelry

cardigã do vovô para o bebê

Eu estava morrendo de vontade de tricotar um casaquinho bem charmoso para manter o Joaquim quentinho e protegido, ele que é o bebê mais feliz e sorridente que já conheci. A receita estava guardadinha para ele, comprada há mais de um ano.

O casaquinho foi tecido com muito zelo. Algumas etapas foram rápidas, outras eu tive de refazer. O mais importante: ficou do jeito que eu queria e isso vale muito a pena.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Ele é trabalhado sem costuras de baixo para cima. Montam-se os pontos da barra do casaco e tricota-se da barra até a cava das mangas. As mangas são tecidas separadas e depois são unidas ao corpo do casaco. Tricota-se a pala ao mesmo tempo que fazemos as diminuições das mangas raglã. Por último, levantamos os pontos da gola e da tira de abotoamento do casaco. Sem nenhuma costura, com exceção de uma dúzia de pontos em cada cava do braço.

a amostra

Minha primeira providência foi tricotar uma amostra para substituir o fio indicado na receita. Teci a primeira amostra no dia dos namorados, ou no dia da abertura da Copa do Mundo, durante o jogo do Brasil contra a Croácia. Nem cheguei a medir visto que a trama ficou frouxa demais. Usando agulhas menores, teci a segunda amostra que molhei, esperei secar e só então medi: certíssimo.

Decidi fazer o tamanho indicado para quatro anos para o Joaquim que completará dois anos em outubro, porque a modelagem do casaco é justa.

Montei os pontos da barra e rapidamente iniciei para as tranças. Que delícia de receita. Quando a peça media 21 centímetros, era hora de iniciar a modelagem do decote em V.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Nesse ponto eu tive de parar para estudar em que ponto iniciaria as diminuições do decote de maneira que as tranças resistissem por mais tempo.

A receita trazia poucas instruções nesse sentido. Na descrição da receita no Ravelry, encontrei o link para uma publicação onde a designer explica que não faria sentido colocar as instruções detalhadas para cada tamanho. E ela tem razão. Ela deu uma dica de rearranjar os pontos trançados na agulha antes de fazer as diminuições do decote. Funcionou muito bem.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Eu desenhei um gráfico com lápis e borracha para auxiliar. Nele desenhei as tranças, enumerei as carreiras e comecei a delinear onde seriam as diminuições do decote e até as da manga raglã, que iniciariam em poucas carreiras. Pude ver como eu trabalharia toda a pala. Foi bom investir tempo nesse gráfico porque me deu confiança e me mostrou que as tranças durariam um pouquinho mais se eu iniciasse o decote na carreira anterior à que eu estava.

mangas e pala

Os pontos das mangas foram montados num sábado, dia do jogo do Brasil contra Chile.

Muita gente no Ravelry reclamou que as mangas ficavam muito justas. Por precaução eu montei quatro pontos a mais. Teci metade da manga recusando-me a admitir que ela ainda estava muito justa. Finalmente desmanchei e montei oito pontos a mais que a quantidade pedida na receita.

Com a possibilidade de passar sete horas de viagem no banco do passageiro, preparei minha bolsa de tricô. Levei a manga iniciada, o corpo do casaco, tesoura, um novelo a mais, marcadores de pontos, agulha de tapeçaria e restinhos de fios. Até o gráfico com as diminuições do decote eu levei.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Minha intenção era retornar da viagem de quatro dias com as mangas tecidas e unidas ao corpo do cardigã. A realidade foi bem diferente: durante a ida eu terminei a primeira manga e durante o retorno concluí a segunda.

De volta à casa, uni as mangas ao corpo e finalizei a pala em poucos dias. Aos poucos, os pontos diminuídos do decote V e das mangas raglã consumiam as tranças da pala, como era de se esperar. A aparência da pala ficou bem natural.

a tira de abotoamento e a gola

Os pontos da tira de abotoamento são levantados ao longo da frente direita do casaco, continua nos pontos “vivos” (não foram arrematados) da gola e são seguidos de pontos levantados na frente esquerda do casaco. Um total de 202 pontos levantados, que devemos tricotar aberto, virando o trabalho ao chegar no fim da carreira.

A forma arredondada da gola é obtida com carreiras encurtadas. Para trabalhar essas carreiras encurtadas eu usei essa técnica que foi compartilhada pela generosa Beatriz Medina no grupo de discussão de tricô que participo. É uma técnica espetacular: além de muito fácil, o acabamento é tão perfeito que não tem como ver onde a peça foi virada.

Eu fiz quatro casas para os botões trabalhadas numa única carreira (one row buttonhole.

não! um erro grotesco

Enquanto arrematava a gola usando o arremate surpreendentemente elástico da Jeny, pensava que seria legal escrever um passo-a-passo sobre esse arremate.

Foi nessa hora que vi um erro absurdo na parte final da pala. Eu mal acreditava nos meus olhos. Por alguma razão eu não mantive o padrão de intercalar tranças à direita com tranças à esquerda, justamente o que dá o efeito entrelaçado. Simplesmente trabalhei todas as tranças à esquerda.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Pausa para desmanchar toda a gola e depois desmanchar toda a pala. Retornei ao ponto onde as mangas são unidas ao corpo. Decidi aproveitar para fazer duas alterações.

Primeira alteração: no quadrado da fotografia abaixo vemos uma coluna de quatro pontos meia que divide a manga raglã da pala. Vou alterar para que fique com três pontos.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Segunda alteração: a tira de abotoamento é trabalhada em barra 2×2, iniciando e terminando com 2m. Na fotografia abaixo vemos que os primeiros 2m mais parecem 1m porque o primeiro ponto se curva para dentro. Vou iniciar e terminar com 3m, mas vou manter a barra 2×2 no restante do trabalho.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Uma semana mais tarde, eu tinha refeito tudo!

A pala exibia as tranças nas direções certas e era separada da manga por uma coluna de três pontos. A tira de abotoamento iniciada e finalizada com 3m realmente ficou com um visual mais coerente com o restante.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

acabamento

Transferi os doze pontos da cava do braço e da manga para agulhas de pontas duplas e arrematei usando o arremate de três agulhas. Ficaram buracos enormes em cada extremidade do arremate. Desmanchei o arremate, levantei mais alguns pontos nas extremidades de cada agulha usando laçada torcida. Talvez os doze pontos iniciais de cada agulha tenham virado quatorze ou quinze. Funcionou muito bem. Ainda assim tive de fechar buraquinhos minúsculos que restaram quando fui embutir as pontas.

Escolhi botões de madeira para combinar com o casaco.

blog tricô em prosa - cardigã do vovô - Cardigã Gramps

Quando montei os pontos desse casaquinho, achei que terminaria em duas semanas. A triste verdade é que não tenho tanto tempo para tricotar. No meio da semana, só tricoto algumas noites. Nos fins-de-semana tenho mais tempo, mas nem sempre. E olha que eu tricotei esse casaquinho em todas as oportunidades que tive: levei na bolsa, levei ao clube para tricotar depois da academia, levei na viagem. Mesmo assim demorou um mês e meio para terminá-lo.

Achei uma delícia fazer essa peça. É uma receita muito bonita, nem um pouco monótona e com certeza vou tricotá-la novamente. A receita é paga, mas nem tudo é explicado. Temos de ponderar, pensar bastante no que deve ser feito. Acredito que essa receita seja mais indicada para uma tricoteira com mais experiência.

Meu marido acha que é o casaquinho mais bonito que já tricotei até hoje.
Eu acho que ele tem razão!

Receita: Cardigan Gramps de Kate Oates (pode ser comprada também no Ravelry)
Fio: Cisne Cetim – cor 04026
Composição: 70% acrílico, 30% lã
Agulhas: circulares de numeração 3,50mm e 4,00mm

Veja esse projeto no Ravelry

mais dois gorros para meninos…

Bem, me animei a tricotar mais dois gorros para os garotos Caio e Rafael. Essa receita sempre me encantou por causa de suas tranças. É uma trança de sete pontos, sendo que o ponto central um ponto tricô. Além disso, como o ponto meia é torcido, deixa a trança muito bem definida.

tricô em prosa.com - mais dois gorros para meninos

A receita pede para executar a trança da seguinte maneira:
a) Passar sete pontos (em tricô) para a agulha direita
b) Inserir a agulha esquerda dentro dos três primeiros pontos (temos sete pontos na agulha direita ao mesmo tempo que os três primeiros pontos também estão na agulha esquerda).
c) Retirar todos os sete pontos da agulha direita (teremos quatro pontos soltos “no ar” e três pontos na agulha esquerda)
d) Pegar os quatro pontos que ficaram soltos com a agulha direita, por trás, e colocá-los de volta na agulha esquerda.

Seguindo essas instruções reorganizamos os pontos na agulha esquerda, deixando-os trançados e só então trabalhamos [1m torcido, 1t] 3 vezes e 1m torcido.

Mas eu não fiz a trança assim.

tricô em prosa.com - mais dois gorros para meninos...

Depois de algumas trançar algumas vezes, resolvi mudar.

Apesar de ter sido executada de maneira diferente o resultado final foi idêntico. O que fiz foi cruzar os três pontos da extremidade direita por cima do ponto central e os três pontos da extremidade esquerda por trás do ponto central, mas à medida que tricotava.

Achei que assim ficou mais rápido e a tensão entre os pontos diminuiu, não repuxou tanto.

tricô em prosa.com - mais dois gorros para meninos

Ah, sim! Aconteceu esse pequeno desastre quando estava quase terminando o primeiro gorro. Nada que desmanchar e refazer tudo não resolva…

Como usei um fio mais grosso, eu não fiz quatro repetições da trança. Foram apenas três e então comecei a finalizar o topo.

tricô em prosa - mais dois gorros para meninos

Não muito feliz com a maneira de fechar o topo do gorro, desmanchei e refiz. Como não anotei nada, cada gorro foi finalizado de uma maneira diferente. Me lembro que usei muita diminuição dupla centralizada. E acho que eu poderia ter fechado o topo de maneira menos abrupta, mas isso vai ficar para uma próxima oportunidade.

Gostei demais de tricotar e também da maneira como os gorrinhos ficaram!

Receita: Lina de Johanna
Fio: Pingouin Noblesse nas cores Marrom 2792 e Platinado 1818
Agulhas: circular número 3,50mm

Veja este projeto no Ravelry

para meninos e meninas

Anos atrás, presentei minha sogra com um gorro Odessa. Na época, ela me disse que queria fazer gorros dessa receita para as netas dela. Então eu mandei para ela uma caixa com tudo que ela iria precisar: novelos em duas cores (rosa e creme), contas furta-cor e peroladas combinando com os fios, dois números de agulhas circulares, dois conjuntos de agulhas de pontas duplas e a impressão da receita.

No início desse ano, durante uma visita, ela me mostrou essa caixinha. Até a cartinha que escrevi estava lá! Ela tentou tricotar os gorros mas disse que não tem mais cabeça para o tricô. E pediu que eu os tricotasse para ela.

Esses gorros serão presenteados para os irmãos Dafne e Caio e para os irmãos Mariana e Raphael.

tricô em prosa - Gorros Odessa

Para as meninas teci gorros Odessa, seguidos à risca, sem nenhuma modificação.

Adoro tricotar esse gorro! Desenvolvi uma maneira própria de seguir essa receita. Na décima volta com contas eu gosto de trabalhar a primeira volta de diminuições do topo do gorro.

Blog tricô em prosa - para meninos e meninas: gorros Odessa tricotados para a Mariana e para a Dafne

Para os meninos teci o gorro Knotty But Nice.

Lendo algumas declarações no Ravelry, algumas pessoas reclamavam que a trança ficava muito rígida ao vestir. Então usei um número maior de agulha só para trabalhar a trança. Montei os pontos do gorro com agulhas número 3,5 mm e trabalhei a trança com agulhas 4,0 mm, depois retornei para as agulhas número 3,5 mm para finalizar o gorro.

tricô em prosa - para meninos e meninas: gorros Knotty But Nice tricotados para o Caio e para o Rafael

Ao iniciar as voltas de diminuições para fechar o topo do primeiro gorro, de cor cinza, me incomodou o fato das colunas de dois pontos meias se transformar em um único ponto meia. Achei que quebrou a fluidez das colunas. Foi isso que modifiquei ao tricotar o segundo gorro, de cor marrom.

Ao tecer o segundo gorro, no lugar de “[(2t, 2m) duas vezes, 2t, 2pjm]” eu trabalhei dessa maneira: “[(2t, 2m) duas vezes, 1t, 2pjm, 1m]”. Nas voltas subsequentes, mantive esse padrão trabalhando o 2pjm um ponto antes e trabalhando em meia o ponto após a diminuição. Desse modo, a coluna de dois pontos meias foi mantida até o fim.

O visual ficou mais agradável e coerente.

tricô em prosa.com - Gorros Knotty But Nice

Satisfeita com o resultado, desmanchei o topo do gorro cinza para refazê-lo, mas de maneira diferente.

Como cada repetição do gráfico tem 24 pontos, então eu trabalhei uma diminuição inclinada à esquerda (2pjm) na terceira coluna do gráfico e uma diminuição inclinada à direita (ssk) na coluna 21. Dessa maneira, as barras das extremidades se curvam para o centro do gráfico. Improvisei no finalzinho, quando restam poucos pontos nas agulhas, mas gostei muito desse resultado também!

Receita: Gorro Odessa de Grumperina, que gentilmente autorizou a publicação da tradução de sua receita para o português
Fio: Pingouin Noblesse nas cores Nínive 701 e Suprema 4303
Agulha: número 3,00 mm e 3,50 mm
Veja esse projeto no Ravelry

Receita: Gorro Knotty But Nice de Natalie Larson, que gentilmente autorizou a publicação tradução de sua receita para o português
Fio: Pingouin Noblesse nas cores Platinado 1818 e Marrom 2792
Agulha: número 4,00 mm e 4,50 cm
Veja esse projeto no Ravelry

um gorro Gretel para a Júlia

Mais um gorro para minha sobrinha Júlia se manter quentinha nesses dias mais frios.

Gorro Gretel Cinza

Já tinha tricotado esse gorro alguns anos atrás, mas não me lembrava que ele fosse tão rápido! Montei os pontos na sexta-feira e no domingo fiz seu acabamento. Recomendo muito aprender a trançar sem agulha auxiliar. O trabalho flui muito mais rápido realizando as tranças dessa maneira.

Gorro Gretel Cinza

O fato é que eu gostei muito mais desse gorro que do primeiro, por três motivos que explicarei a seguir.

Primeiro: usei uma agulha de numeração menor. Na primeira vez que tricotei esse gorro eu usei agulha de numeração idêntica à sugerida pela receita, sem tricotar uma amostra antes. Como eu tricoto frouxo, ficou muito folgado. Agora ficou perfeito, exatamente do tamanho que eu queria.

Gorro Gretel Cinza

Segundo: outra decisão acertada foi usar a técnica de montagem de pontos sugerida pela designer, chamada de montagem de pontos tubular. Ela fez toda a diferença! Com a montagem tubular a barra fica muito mais bem acabada. Para aprender eu assisti esse vídeo que a designer Ysolda Teague disponibilizou em sua página web.

Gorro Gretel Cinza

Terceiro: assim que terminei o acabamento, eu bloqueei o gorro e as tranças ficaram muito mais definidas, abertas e visíveis. Para bloquear eu encharquei o gorro e em seguida retirei todo o excesso de água apertando cuidadosamente com uma toalha. Depois coloquei para secar bem aberto cobrindo um prato fundo.

Receita: Gretel por Ysolda Teague que também pode ser comprada no Ravelry
Fio: Pingouin Noblesse cor Platinado 1818
Agulha: circular número 3,5mm e 4,00mm

Veja este projeto no Ravelry