Montei as centenas de pontos desse cachecol no dia seis de julho às 15h30. Era sábado e começava a passar Julieta dos Espíritos na televisão. Eu queria muito tricotar enquanto assistia o filme mas não havia nada nas minhas agulhas.

Na verdade eu precisava costurar as fitas laterais do gorro Lucille mas ainda não havia decidido se faria flor ou laço.
Mas naquela hora eu não queria costurar, eu queria tricotar! Então porque não montar os pontos do cachecol que o Diogo me pediu há tanto tempo? Eu já havia encomendado o fio alguns meses atrás, ele estava ali do meu lado, enrolado e pronto para uso!

Esse fio é um espetáculo! Em lã natural e tingido artesanalmente pela bela Sandra Baroni do blog Tricô Tricô com tons de azul escuro.
Eu havia comprado apenas uma unidade em abril desse ano. Quando abri o pacote minha sensação foi de ter recebido carinho em forma de fio. Tem carinho na maneira com que a Sandra embalou o fio no plástico para que ele não ficasse em contato com a caixa, carinho nos marcadores de pontos de brinde, no cartão, é tudo feito com muito zelo!
Decidi que tricotaria o cachecol do Diogo com ele. Antes seria necessário encomendar um “irmão”. Sorte minha que ainda havia outra meada do mesmo lote. Assim que recebi a segunda meada, bastou esperar a oportunidade perfeita para montar os pontos.

Tido por muitas tricoteiras no Ravelry como entediante, eu adorei tecer cada pedacinho desse cachecol! Ele é tricotado no sentido do comprimento, não da largura. São montados 227 pontos e já na primeira carreira eles aumentam para 452.
Compridíssima, eu levava 20 a 25 minutos para completar uma carreira, que é trabalhada tanto no lado direito como no avesso, sempre em pares passados sem fazer alternados com pares em meia ou tricô. Uma repetição completa do ponto tem 24 carreiras e forma um bonito padrão em ziguezague. No total eu fiz cinco repetições do ponto (a receita pede seis), pois o cachecol já estava com uma largura muito boa de 19 centímetros.

Completei a segunda repetição duas semanas e meia depois de ter montado os pontos. Até então só tricotava o cachecol à noite quando chegava em casa. Como esse ponto é muito fácil de ser retomado, comecei a levar o cachecol na bolsa. Fez muita diferença! A terceira repetição demorou apenas quatro dias para ser finalizada.
As duas últimas repetições demoraram mais, mas por um ótimo motivo: uma viagem para comemorar os 70 anos do meu pai.

Algo de novo que aprendi foi o arremate tubular, costurado. Ele deixa a borda arrematada igual à borda onde os pontos foram montados. Demorei dois dias para arrematar os pontos do cachecol, acho que foram cinco horas para arrematar.
No dia 10 de agosto, um domingo, o cachecol foi encharcado com um pouco de sabão para roupa delicada e então foi mansamente esticado sobre duas toalhas.
Ele mede 188 centímetros de carinho para acompanhar o Diogo nas suas futuras aventuras!
Receita: Henry* de Marieke Sattler
*A designer gentilmente permitiu a publicação da tradução da receita para o português
Fio: 2 meadas de Tricô Tricô Fios Fingering na cor Abissal
Agulha: circular número 2,50mm e 3,50mm ambas com 1 metro de comprimento

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