Apesar do silêncio no Tricô em Prosa, uma parcela expressiva do meu tempo livre tem sido direcionada ao tricô. Recentemente eu terminei de escrever as apostilas dos cursos do 3º Encontro Gaúcho de Tricô que vou ministrar.
E faz vários meses que venho tricotando muitas amostras! Foram tantas que me deu vontade de falar sobre esse assunto.
Uma vez li sobre uma experiência na qual doze pessoas foram solicitadas a tricotar um quadrado seguindo as mesmas instruções, usando o mesmo fio e agulha número 4,5mm. Nenhuma das doze amostras tecidas ficou igual à outra. Nenhuma! A quantidade de pontos em 10 cm variou de 17 a 22 pontos e a quantidade de carreiras em 10 cm variou de 26 a 32 carreiras. De fato, cada pessoa tem uma tensão única ao tricotar.
Atualmente, posso afirmar que adoro tricotar amostras. Mas nem sempre foi assim. Talvez isso seja algo que só se aprende com a experiência. Ou, melhor dito, com as más experiências…
No início, eu praticamente ignorava essa etapa. Mais tarde eu compreendi que se quisesse acertar eu teria de checar a minha tensão. Eu o fazia, mas à contragosto.
Hoje tudo mudou e essa é uma etapa que me diverte. Esses pequenos quadradinhos de tricô me poupam tempo, evitam lágrimas, aumentam minha confiança e ampliam as possibilidades de sucesso! Como não amar?
Meus motivos para tecer amostras
Às vezes tricoto amostras por puro deleite, quando estou morrendo de vontade de experimentar um fio que acabei de comprar. Uma amostra em ponto jérsey já satisfaz a vontade. Anoto todos os dados para aproveitar mais tarde, claro.
Sou da opinião que tricotar amostras me dá oportunidades: tenho a chance de aprender o ponto da peça, de ver se o fio combina com o ponto principal, de saber se a trama vai encolher ou esticar depois de molhada.
Para mim, fazer amostras é como fazer um investimento. Investir um dia tricotando uma amostra e outro esperando que ela seque vai me poupar semanas trabalhando numa peça que poderá não agradar ou pior, não servir. Um investimento que rende certezas, confiança e satisfação!
Amostras à minhas maneira
Se a amostra for de uma peça que será tecida ida e volta, virando o trabalho no fim da carreira, então faço a amostra da mesma maneira. Gosto de emoldurar o ponto principal da amostra com cordões de tricô ou ponto arroz para que ela não enrole. Fica bem mais fácil de medir.
Para emoldurar eu trabalho as primeiras e últimas carreiras em cordões de tricô ou ponto arroz, assim como os primeiros e últimos pontos de cada carreira.
O tamanho da amostra depende da espessura do fio, da numeração da agulha e do ponto. Se for em ponto jérsey, minha amostra será pequena, uns 25 ou 30 pontos. Se for uma amostra de um ponto múltiplo de um número (ex. múltiplo de 4, 6, etc.) então calculo três ou quatro repetições do ponto, mais dez pontos de borda (cinco de cada lado).
Se a amostra for de uma peça circular, como um gorro, ela será tecida simulando o tricô circular (pontos trabalhados sempre no lado direito), como as duas amostras exibidas na fotografia abaixo.
Uso uma agulha circular e trabalho o lado direito da amostra. No final da carreira eu não viro o trabalho e sim deslizo-o para a outra ponta da agulha. Então deixo um longo fio pendendo atrás do trabalho e tricoto outra carreira novamente pelo lado direito. E assim, sucessivamente. Simula o tricô circular, mas a amostra é plana, mais fácil de medir.
Outro cuidado que tenho é de molhar a amostra antes de medir. Todas as amostras que teci mudaram muito depois de molhadas. Na maioria das vezes a amostra cresce e os pontos ficam bem mais bonitos e uniformes. Como praticamente todas as peças que eu tricoto serão lavadas, eu preciso molhar para checar o que vai acontecer.
Gosto de lavar a amostra do jeito que vou lavar a peça final. Se vou usar alfinetes para secar a peça final, uso alfinetes para secar a amostra. E só meço a amostra depois que ela estiver completamente seca porque a quantidade de pontos altera bastante.
Bem, sei que meu pequeno caso de amor em relação às amostras ainda vai render muitos e muitos quadradinhos!
Que delícia de tarde com um post seu…. e que vai de encontro ao que venho constatando: a importância das amostras.
Cada vez mais faço amostras antes de iniciar um trabalho, mesmo que a contragosto :(
e sim, vale a pena no final!
Beijo grande, e sucesso no Encontro! Quem sabe no próximo estarei presente….
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oi Valéria! Pra ver que somos tão diferentes uns dos outros e nossas tensões em um trabalhos se difere igualmente! É bem interessante as amostras. Saber como um fio se comporta e como ficará um certo ponto nesse fio.
Gostei de ver suas amostras, são lindos esses pontos!
bjs Nina
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meus parabéns. suas amostras são muito bonitas e criativas. obrigado por compartilhar.
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Seus textos são tão leves e ponderados que muitos vão tricotar amostras a partir de hoje!
Nos vemos em Gramado!! Bjos
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Gracinha de post, princesa.
beijão
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Obrigada pela partilha, Valéria. Já tinha saudades de ler um post seu.
Um abraço.
Isaura
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Obrigada, sempre Mestra!!!
Como sempre, um excelente trabalho!! Bjs.
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Delicia de texto! Seu estilo para escrever é super agradável à leitura e inspira. Vc transformou algo que, normalmente, temos “preguiça” de fazer em uma etapa que, além de necessária pode ser prazeirosa. Obrigada por nos proporcionar este aprendizado com tanta suavidade. Bjo
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Parabéns pelo post,pelas amostras lindas,pela lição compartilhada!!!bjcas😘
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JA esta com saudade dos seus postes kkkk eu não faço amostra sou uma preguiçosa então sofro dobrado , como agora estou fazendo bonecos de trico não me preocupo com isso kkkkkkk estou amando eles , mas suas dicas são maravilhosas e vão economizar muito tempo para quem segui-las bjs
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Valéria, li com muito gosto o seu texto, assim como os comentários anteriores, concluindo que:
-Coincido com com a opinião geral – a sua escrita tem um ritmo de valsa – apetece entrar na dança!
– Eu também tenho preguiça e fujo à execução da amostra, ávida por meter a mão na massa.
Porém, concluo que a amostra pode ser igualmente lúdica e prazerosa. Por quê, então, evitá-la?
Revendo, portanto, desde já, conceitos (burrinhos).
Beijo, querida.
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pelamor!! que paciência de Jó!! eu faço amostra porque preciso kkk mas não tenho essa paciência não! antigamente elas serviram pra compor mantas, hoje em dia quando tenho que fazer faço o minimo tamanho que pode… parabéns pela tenacidade.
bjinhos
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Valéria, adoro visitar o seu blog, tem sempre tanta coisa bonita e explicações tão úteis para nós tricoteiras. Muito obrigada por compartilhar seu conhecimento!
bjs
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No próximo encontro não perco por nada suas aulas. Sou sua fã. Bjnhs
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